A curta história da amêndoa amarga

           As amêndoas fazem parte da dieta humana há milhares de anos. Mas antes de serem cultivadas e adoçadas, nessa altura, as amêndoas selvagens eram amargas e venenosas dado o seu grau de amigdalina e cianeto (encontrado nos caroços de diversas frutas).


Aparentemente foram os gregos que se lembraram de domesticar a amêndoa para que fosse consumida sem riscos de intoxicação. Possivelmente os criadores dos métodos de enxertia, inseriram pedaços de pinheiro nos troncos de amendoeiras, que resultaria num fruto mais doce.


Hoje sabe-se que as amêndoas que consumimos não contêm amigdalina, responsável pelo sabor amargo. Especialmente quando cultivadas industrialmente, como é o caso da amêndoa californiana. São variedades praticamente 'inventadas" em laboratório, cultivadas em massa que põem em risco as colónias de abelhas que têm de polinizar todas essas árvores.


Assim sendo é natural que por vezes encontres "a amêndoa amarga" nos nossos pacotes. Simplesmente confirma que de facto as nossas amêndoas provêm de cultivos particulares, locais e de pequena escala, onde por vezes a memória ancestral destas variedades antigas reproduz o fruto original.